A ANCH e o Working Cow Horse
Conheça a Associação Nacional do Working Cow Horse e saiba tudo sobre a modalidade que mantem viva a tradição do vaqueiro na indústria equina.
Associação
O primeiro passo para o Working Cow Horse no Brasil foi a vinda de Les Vogh. O treinador americano fez uma apresentação da modalidade por aqui a convite de Francisco de Almir Bezerra. Em seguida, o Think a Mite a Ranch promoveu uma apresentação do esporte no Rancho das Américas. E logo depois realizou o 1º Working Cow Horse Show Think A Mite A Ranch & DA. Assim, a prova teve parceria do Double A Ranch e foi realizada no Road Shoping, Itu/SP, em 2002.
Em 2006, nasceu a Associação Nacional de Working Cow Horse – ANCH. Hoje a ANCH é a afiliada oficial da NRCHA e a responsável por regulamentar, promover e fomentar a modalidade no Brasil.
O Working Cow Horse
Em uma arena de competição de Working Cow Horse, a finesse da equitação moderna combina perfeitamente com métodos de treinamento testados há tempos. Os cavalos de prova hoje têm suas raízes em um processo meticuloso e secular usado pelos vaqueiros para criar seu parceiro de trabalho mais valioso: um cavalo que poderia ser controlado por um leve toque das rédeas, mas ainda possuir velocidade para dominar o melhor gado.
Por quase 150 anos, o cavalo de trabalho com o gado era famoso em toda a Califórnia e no Oeste dos Estados Unidos, até que no início do século 19, a corrida pelo ouro mudou o rumo das coisas por lá. Muitos recém-chegados ao que chamavam ‘estado do ouro’, dissolveram as fazendas de gado. Nas que permaneceram, as técnicas modernas de manejo de gado e máquinas, eventualmente, eliminaram grande parte da necessidade de um cavalo de trabalho bem treinado e versátil.
A cultura desse tipo de cavalo vem do cavaleiro espanhol e mexicano, que gerenciavam as raças nas fazendas da Califórnia durante os séculos 18 e 19. Muitas histórias descrevem a natureza selvagem dos bovinos, então os homens que trabalhavam nas fazendas precisavam de um cavalo inteligente, rápido, cabeça boa, que os ajudassem com as tarefas diárias da lida. Era uma necessidade, não uma opção e, ao longo do tempo, os vaqueiros desenvolveram um sistema de treinamento que reverenciava a elegância e a precisão.
No início do século 20, esse tipo de cavalo passou de uma necessidade para um luxo e havia pouca atividade que desse conta de sustentar financeiramente a manutenção deles. A maioria dos fazendeiros estava lutando para sobreviver à Grande Depressão nos Estados Unidos, que piorou com a Segunda Guerra Mundial. Poucas pessoas tinham tempo para se preocupar com os cavalos e os programas de treinamento.
E foi nesse momento da história que a National Reined Cow Horse Association foi formada, em 1949, com o objetivo de preservar e educar o público sobre a rica história desta equitação tradicional. A NRCHA é responsável pela promoção do esporte e pelo alto padrão dos eventos. A associação foi originalmente chamada de Califórnia Reined Cow Horse Association. Apesar da mudança de nome, continuou a celebrar onde tudo começou, preservando as tradições dos cavalos de boi da Califórnia, os animais habilidosos altamente treinados. Hoje, 68 anos após a sua criação, continua trabalhando para manter viva a tradição do vaqueiro na indústria equina.
Como funciona?
O conjunto deve demonstrar para os juízes que detém total controle do cavalo. A prova é composta por um percurso de rédeas e pelo trabalho com boi (rebanho). Portanto, duas partes compõem a nota final. Na primeira, o cavalo deve seguir um percurso com algumas manobras. São requeridos: mudanças de mão, spins e esbarros. Os juízes não olham apenas um cavalo que seja voluntariamente guiado, mas também controlado em todos os seus movimentos.
No trabalho de rebanho, um boi é solto sozinho na arena. O cavalo deve segurá-lo na ponta final da pista, demonstrando sua habilidade em contê-lo. Em segundo lugar, deve dirigir o boi beirando a cerca, virando-o em ambas as direções. Por isso que esta parte da prova é chamada de ‘trabalho de cerca’. Por fim, o cavalo deve mover o bovino para o centro da arena, fazendo círculos ao redor, em ambas as direções.
O julgamento é baseado em boas maneiras, maciez, senso de rebanho. E ainda facilmente guiado no trabalho de Rédeas. Uma pontuação de 70 é considerada média. Cada competidor começa com 70 assim que entra na arena. Cada manobra recebe um sinal de mais, zero ou menos do juiz. Um sinal de mais indica um desempenho acima da média, zero significa que foi feito corretamente e menos significa uma manobra abaixo da média.
Nos Estados Unidos, as provas são divididas em trabalho com boi (cow work), trabalho de cerca (herd work) e trabalho de rédeas (rein work). Com efeito, cada um dessas fases acontecem em dias separados pelo mesmo conjunto e as notas são somadas. Aqui no Brasil, a prova é feita de uma vez só, as fases de rédeas e cerca, o cavalo não sai da pista.
Textos por Luciana Omena